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Canadá do Atlântico ao Pacífico – Parte 4

by viagemcomgrando

A CAMINHO DOS GRANDES LAGOS – SUDBURY

Depois de passar dois maravilhosos dias em Ottawa, está na hora de colocar o pé, ou melhor, o carro na estrada com destino ao oeste. Meu roteiro de hoje, é rodar 490 km pela Trans-Canada Hwy e dormir em Sudbury. Escolhi esta cidadezinha para ficar hoje à noite para evitarmos uma boa perda de tempo na imigraç!ao dos Estados Unidos no final de tarde quando estamos um pouco cansados de viagem. Sudbury fica praticamente na divisa com o estado de Michigam (USA) na região dos grandes lagos.
A viagem entre Ottawa e Sudbury é muito tranquila, estrada quase sempre plana cortando diversos parques nacionais e grandes fazendas de criação de gado e muita agricultura. Conforme vamos nos aproximando da região dos lagos a estrada vai margeando muitos rios e lagos menores fazendo da viagem um belo passeio. Este é um tipo de viagem para quem gosta de curtir a natureza em suas mais diversas formas. Escolhi esta época do ano para fazer esta travessia porque eu queria ver de perto aquele colorido de outono que se vê nos cartões postais. A viagem toda quanto mais ao oeste, mais coloridos vão ficando as árvores e florestas nas margens da estrada. Quando a estrada atravessa um parque nacional então, parece que estamos num paraíso colorido. É um tipo de experiência de viagem muito diferente das que já fizemos antes, a maior atração aqui é a natureza.


Sudbury, é uma cidadezinha do interior do Canadá com aproximadamente 170 mil habitantes. Uma população multicultural com imigrantes italianos, franceses, ucranianos, finlandeses, poloneses e os povos aborigenes nativos.
Como aqui é uma região de muitos lagos, em cada um deles existe uma pequena vila ao seu redor, parecendo bairros de Sudbury.
A origem desta cidade vem dos tempos de exploração de minas de níquel , mas atualmente, é mais conhecida pelos canadenses pala sua arte, música e esportes ao ar livre. No verão, as atividades junto à natureza como rafring, esportes aquáticos, trilhas e mountaim bike lotam as pousadas e hotéis da região. No inverno, são as estações de esqui que predominam nesta região.

GRANDES LAGOS – MUNISSING (Michigan USA)

Pela manhã, após um belo café, está na hora de retomarmos nossa viagem. Como já falei antes, em Sudbury não vimos nada de muito interessante para permanecermos mais tempo, esta parada foi apenas para descanso.
Meu roteiro para o dia de hoje, é rodarmos 580 km. Na cidadezinha de Sault Ste. Marie, iremos parar para fazer a imigração para os Estados Unidos. Iremos passar pelos estados de Michigan, Wisconsin e Minnesota até chegarmos de volta ao Canadá na cidade de Winnipeg. Escolhi este roteiro pela facilidade de hospedagens neste trecho, pela beleza dos parques nacionais americanos ao redor dos grandes lagos, e também pelo motivo de ser mais perto. A logística de viagem por este lado é muito melhor, muito mais opções de paradas, refeições e atrações. Se for pelo lado canadense, teríamos que subir 600 km sentido norte, contornando o Lago Superior para depois descermos mais 1000 km para Winnipeg com poucas opções de logística de paradas.

A imigração para entrar nos Estados Unidos em Sault Ste. Marie foi bastante rigorosa e nos fez perder um bom tempo. Mas no final, tudo estando em ordem, seguimos nossa viagem conforme planejado.
Nosso roteiro de hoje é chegarmos até a cidade de Munissing, nas margens do Lago Superior no estado de Michigan. Esta parte de estrada é em uma estreita faixa de terra entre três grandes lagos; o lago Huron e Michigan ao sul e o lago Superior ao norte. A maior parte da estrada é entre os Sault Ste. Marie National Park e o Hiawatha National Park. O especial deste trecho de viagem é estarmos no meio destes parques exatamente nesta época do ano. No outono é que acontece a mudança de cores das folhas das árvores e as florestas até parecem que estão floridas.
São centenas de quilometros com um colorido muito especial com as folhas variando nas cores amarelo, laranja e vermelho. É exatamente isto que queríamos quando escolhemos esta época do ano para esta viagem, ver de perto as cores do outono no hemisfério norte.
À tardinha, já estávamos em nosso hotel na beira do Lago Superior, que mais parece um mar. Dá vontade de ficar por aqui por vários dias no meio deste colorido, mas tem muita coisa linda que nos espera na volta para o Canadá.

Nosso roteiro de hoje aponta para a cidade de Duluth, no estado de Minnesota. Serão cerca de 470 km de viagem atravessando todo o estado de Wisconsin até chegarmos no extremo sul do lago Superior. O estado de Wisconsin se destaca pela sua agricultura e pequária . É um estado que tem 50% de seu território coberto por florestas, e o restante, agropecuária. Este trecho da viagem é em grande parte em meio de grandes plantações e outra parte, no meio de grandes parques florestais com as belas cores de outono. No meio da tarde já estávamos na cidade de Duluth onde tínhamos reservado um hotel para ficarmos.

A cidade de Duluth foi escolhida apenas como ponto de descanso para o dia de hoje. É uma cidade portuária do Lago Superior, e em se falando de turismo nesta época do ano não encontramos muitas coisas que valessem a pena permanecermos por mais tempo por aqui.
Após o café da manhã, seguimos rumo norte. Nosso objetivo de hoje é rodarmos 600 km e chegarmos na maravilhosa cidade de Winnipeg à tardinha. Estradas boas, tempo bom e depois do meio dia já estamos na imigração para reentrada no Canadá. Neste ponto vale um registro de elogio para com a imigração canadense. Completamente o oposto da imigração americana. Ao conferirem nossos passaportes e documentos do carro, verificando as entradas e saídas do país, o policial que nos atendeu, muito sorridente e super simpático nos deu as “novas boas vindas “para o seu país. Perguntando detalhes de nossa viagem de travessia do Canadá, nos falou que isto era um sonho de grande parte dos canadenses poderem fazer isto. Quando você é bem recebido em um país, tudo fica melhor. O Canadá em especial, é um país que recebe muito bem os turistas, por isto voltamos tantas vezes para lá.

WINNIPEG
A maioria das pessoas conhecem Winnipeg por causa das Olimpíadas de Inverno. Winnipeg, a capital de Manitoba, é muito mais que isto. É uma cidade cosmopolita ( 750.000 hab ) localizada bem no centro geográfico do Canadá. Mais da metade da população do estado vive aqui. Localizado na junção de dois rios importantes, o Red e o Assiniboine, local que há mais de 6000 anos já era habitado pelos primeiros povos do Canadá. No século 17 os europeus aqui se estabeleceram para comercializar peles de caça. No século 19 com o desenvolvimento da agricultura, tornou-se o maior celeiro de grãos do país. Atualmente, com vários museus, construções históricas, muitos hotéis e restaurantes, referência em esportes de inverno, a cidade oferece aos turistas uma estadia muito agradável e prazeirosa.
A maioria das atrações de Winnipeg se encontra no centro da cidade e a melhor maneira de se aproveitar é caminhando muito. Ficamos um dia e meio em Winnipeg, mas o ideal seria no mínimo dois ou três dias.
Algumas das atrações turísticas que podem ser visitadas em dois dias:


1 – Canadian Museum of Human Rights

Com uma arquitetura espetacular este museu chama sua atenção de longe. Quando ele foi inaugurado em 2008, chamou muita atenção tanto pelo seu importante e vasto conteúdo bem como pela sua maravilhosa arquitetura tanto externa quanto interna.
Ao entrar você vai ficar impressionado com suas rampas flutuantes que sobem seis níveis onde poderá visitar 11 galerias de exposições. No topo do edifício, está a Israel Asper Tower of Hope e deste ponto se tem uma bela vista para a cidade.
Ao visitar as galerias, o museu pede que você esteja sempre atento para a questão dos direitos humanos e nunca deve perder seu interesse sobre o assunto. Todas as exposições estão lá para você refletir que os direitos humanos não se aprende em um tour em um museu, mas sim devem ser vividos e praticados por todos os povos.
O local onde este museu foi construido é emblemático. É um marco histórico conhecido como Terra do Tratado Um, que tem sido um ponto de encontro dos primeiros povos há milhares de anos.

2 – Assiniboine Park

No centro de Winnipeg. Você pode ir caminhando passando por esta bela passarela, ou de carro. É muito fácil você passar meio dia ou mais por aqui sem se dar conta. É um parque lindo para caminhadas com passarelas muito bem cuidadas, bancos para sentar, flores por todos os lados, muitos lagos e para quem gosta de pedalar este é o lugar. Dentro do parque tem uma grande área de floresta e outra que é o zoológico da cidade. Para conhecer o parque de uma maneira geral tem um mini trem que fica rodando pelo parque, embarque e passeie. No verão, no final da tarde, no Lyric Theatre no coração do parque tem shows de jazz, balé e filmes . É o ponto de encontro da juventude de Winnipeg.

3 – Saint Boniface Cathedral
É uma das edificações mais emblemáticas de Winnipeg. A fachada da frente já chama sua atenção de longe. É uma ruina de uma grande parede do que restou da igreja anterior que foi incendiada em 1968. Os arquitetos resloveram manter esta fachada e integrá-la à nova Catedral.
Para entrar na igreja você passa por estas ruinas . Um tanto estranho, mas ficou lindo.

4 – Manitoba Legislative Building
Esta é uma visita imperdível em Winnipeg. Este edifício em estilo neoclássico, foi construido com uma pedra local chamada thindall e mármore italiano. Seu projeto tem características únicas que incluem hieróglifos ocultos, simbolos maçônicos e códigos numéricos secretos. Para se conhecer a história desta construção de 1919 deve-se agendar uma visita guiada, gratuita, que é dirigida por um historiador da Assembléia.
Na cúpula do edifício, com 72 metros de altura, está uma estátua conhecida como goldem boy. Com 4 metros de altura, toda feita em bronze e revestida em ouro 23,5 quilates, pesa cinco toneladas. Em sua mão direita segura uma tocha, e na esquerda, um maço de trigo que simbolizam a permanente prosperidade agrícola de Manitoba.

5 – The Forks
O principal aqui é o Mercado Público The Forks, onde os feirantes além de vendedores de alimentos, cozinham uma enorme variedade de pratos saborosos. As lojas internas se encontram nos dois níveis do edifício.
No verão, as pessoas da cidade e turistas vêm aqui para desfrutar as maravilhosas refeições tanto na parte interna como externa do mercado. Ao lado do edifício existe um lindo calçadão de pedestres para caminhadas ao longo do rio ( Riverwalk ) que interliga as principais atrações da cidade.
No inverno, as pessoas vêm aqui para andar de skate na pista de patinação no gelo do The Forks, ou no rio congelado.
No entorno do mercado existem muitos cafés, bares e restaurantes maravilhosos. Definitivamente o ponto de encontro da cidade.

6 – Assiniboine Zoo
O zoológico de Winnipeg fica dentro do Assiniboine Park, abriga uma grande variedade de animais, flora e fauna, em especial do hemisfério norte. O que mais nos chamou atenção aqui foi a grande quantidade de ursos polares e tigres siberianos, tipos de animais muito difícil de se encontrar em outras partes.

7 – Corydon Avenue
É o centro de compras da cidade. Uma rua muito movimentada com muitas lojas, restaurantes com mesas nas calçadas, cafés e muitas opções de diversões. Nas noites de sexta feira e sábado acontecem apresentações de músicos com uma seleção muito diversificada que atrae a população para este ponto, entre as ruas Daly St. e Harrow St. .
Melhor ir de taxi ou caminhando, porque encontrar estacionamento nesta área vai ser um pouco complicado.

Nossa próxima etapa desta viagem, é rodar 600 quilômetros sentido oeste até a cidade de Regina, na Província de Saskatchewan. Adoro desbravar o interior dos países que visitamos e este trecho em especial é completamente “countryside”, interior do Canadá.

Se quiser acompanhar toda nossa viagem pelo Canadá do Atlânticoao Pacífico, etapa por etapa, acesse os links abaixo:
Canadá do Atlântico ao Pacífico – Parte 1
Canadá do Atlântico ao Pacífico – Parte 2
Canadá do Atlântico ao Pacífico – Parte 3
Canadá do Atlântico ao Pacífico – Parte 5

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